Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O que busca?

Todos os dias estamos na batalha, colocando em prática vários verbos: estamos estudando, trabalhando, “concursando”, etc. Tudo isso em busca de um ideal, de algo que vá nos fazer feliz. Será? Qual será essa felicidade que a gente sempre busca, qual será esse ideal que quando chega não supre na totalidade as nossas expectativas?

O que buscamos, afinal? Buscamos bons empregos, boas faculdades, bons relacionamentos, tudo isso a troco de que? Para se ter estabilidade financeira, ter dinheiro para fazer o que quiser, seriam as respostas diretas a estas questões. Mas isso é muito pouco, muito vago, é um fim que não paga o preço do meio em que se viveu para obtê-lo.

Muita gente passa longos anos sacrificando suas vidas em prol de um objetivo que não é claro nem mesmo para elas. O simples objetivo de passar em um concurso, por exemplo, apenas para se ter um emprego de renome e ter uma vida financeira mais tranquila não é justificativa plausível para tanto sacrifício. Deixamos de lado nossos amigos, pessoas com as quais nos relacionamos, família, enfim, vários pilares que nos sustentam nos piores momentos apenas para ser um servidor público e ter nosso salário ali na conta todo mês? Acredito que não.

A palavra de ordem é ponderação. Penso que qualquer objetivo que você tenha em mente pode e deve ser alcançado sem o sacrifício total de outras relações. Ao contrário de pregações do tipo “Willian Douglas”, acredito que há sim possibilidade de conciliar a vida profissional com a vida pessoal. E não é uma conciliação como ele afirma, de você usar o tempo quase que exclusivamente para estudo ou trabalho e deixar o que sobra para se divertir. É possível fazer bem as duas coisas e é importante que se faça isso.

Pense bem: hoje você está em busca dos seus sonhos e se dedica exclusivamente a eles, abdicando de outras coisas que lhe dão prazer. Daqui a alguns anos, terá o que sonhava. Tudo bem, seu desejo foi realizado. Mas o que te dá prazer hoje em dia, provavelmente não dará daqui uns tempos. A idade faz com que percamos o prazer em desfrutar de certas coisas, seja uma pelada com os amigos, seja uma cervejinha no boteco “pé sujo”, ou até mesmo uma micareta de pegação desenfreada. E aí, valeu a pena não ter passado por essas experiências em prol da busca de um ideal que você nem mesmo sabe se lhe renderá satisfação?

Nossa vida é o somatório de experiências. O celular de última geração, o carrão, o apartamento chique dificilmente entrarão em suas conversas e relatos de seu passado. Mas suas experiências sim, farão parte de sua memória, dirão quem você é e quem você foi, falarão muitas coisas sobre sua personalidade. Não há porque deixar essas oportunidades passarem sem vivenciá-las, não há porque ser somente mais um ser que tem, mas que não é. O ter passa, se torna obsoleto, sem utilidade e com alta dosagem de futilidade. O ser não, o ser fica, se impõe, é sempre uma soma na sua vida.

Então, caro amigo, cuidado com o estilo de vida que adota. Tudo bem em buscar ganhar mais, ter estabilidade, ter reconhecimento na sua carreira. Mas em nada isso vai servir se você não viveu sua vida, se não passou por experiências que, quando for mais velho, ainda que tenha muito dinheiro, não voltarão jamais. Viva mais, use seu tempo de forma mais coerente. Não seja um viciado em trabalho ou estudo, deixando de lado pessoas boas, momentos bons. O preço que você pagará por essa omissão não terá como ser ressarcido.
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É isso.