Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mascarando

Caso nosso cartão de visitas trouxesse todas as informações, absolutamente todas, sobre cada proprietário, as relações humanas estariam fadadas ao caos. O mundo não sobreviveria nem um dia dessa maneira. Como já falei em outros tempos, uma pequena dose (ou grande, depende do ponto de vista) de mentira se faz necessária para uma convivência mais pacífica.

Fato é, caro amigo, que constantemente nos vemos envoltos a mentiras que são, de certo modo, desnecessárias. Não há como mensurar isso de plano, não é possível ver se naquele determinado momento a mentira extravasou o limite da normalidade.

No calor da conversa, naquela “acareação”, soltamos algo a mais ou a menos do que a realidade, isso é natural. Mas com o passar do tempo, se realmente quisermos isso, é possível parar e analisar se realmente aquela mentira foi importante, se deveríamos ter dito aquilo e até que ponto a verdade dita iria mudar alguma coisa.

Penso em algumas mentiras que ouvi ao longo da vida. Penso que muitas delas não passaram de uma tentativa de proteção para atitudes mesquinhas, feitas sem pensar e que com certeza teriam repercussão negativa, como, enfim, tiveram quando a verdade veio à tona. Valeu a pena ter mentido? Valeu a pena manter uma máscara que não se sustentaria por tanto tempo? “(...) O mundo é tão pequeno afinal, o mundo é tão pequeno afinal..”.


É isso.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Rebobina para você ver!

E aí, vai fazer o que agora? Quantas e quantas vezes não nos pegamos pensando assim, tendo que tomar uma posição em frações de segundos, decisões que poderão repercutir por muito tempo em nossas vidas. É assim, caro amigo, que vamos formando as pequenas histórias que, ao final, formarão a nossa novela completa. Essa possibilidade de escolher em qual linha percorrer, de criar uma espécie de um fluxograma infinito, é que torna a vida mais prazerosa, nos motiva a buscar sempre o melhor.

Muitas dessas decisões não têm volta, é preciso entender que a vida, a partir daquele ponto, seguirá em caminho diferente, que outras pessoas virão, outras ideias, abrindo campo para novas decisões. Mas e daí, não é sempre assim? Talvez. A ruptura de uma escolha não precisa ser, necessariamente, abrupta. Um caminho mais provável que minimize traumas é tentar criar uma zona de transição, uma possibilidade de retorno caso as coisas não dêem certo.

Obviamente que há situações que exigem uma conversão total de sentidos, sem qualquer chance de se pensar em ficar no meio termo. Essas situações são, sobretudo, aquelas que se arrastam por um longo tempo, que ficam nos perturbando por extensos períodos, exigindo, assim, uma decisão mais firme, ruptura para o renascimento. É difícil detalhar quando agir dessa forma, mas é importante pensar que esse tipo de atitude é importante, ou melhor, fundamental para que possamos viver a nossa vida, largar rancores e deixar o passado no lugar que ele merece, ou seja, no próprio passado.

Há um velho ditado popular que fala que Deus dá o frio conforme o cobertor. Discordo quando se atribui a um Deus as mazelas sofridas. Mas esse ditame possui um outro significado, mais interessante, que é o de dizer que as coisas sofridas são suportáveis, não são mais do que podemos aguentar. A única diferença é que para saber o quanto você suporta, ou o quanto suportaria, só há um modo: vivenciando a situação. Aí, caro amigo, fica ruim, ninguém quer fazer esse teste para saber.

Estar no lado bom da situação querendo apenas enxergar o outro lado para ver se vale a pena seria cômodo demais. Quem não gostaria de fazer um test drive para qualquer tipo de coisa? Você vai lá, vive aquele momento, observa como as pessoas a sua volta irão reagir e se a coisa ficar feia, volta pro status quo anterior e tudo fica lindo. Utopia quem pensa que pode reverter qualquer coisa, que pode, com palavras ou atitudes, devolver a consideração que as pessoas tinham antes da mudança. Não muda. Minimizar um impacto causado não é sinônimo de retorno ao passado, ao jeito que era antes.

Esse pequeno texto estava guardado há certo tempo aqui no computador. Ficou por aqui, esperando uma finalização, alguma melhora. Acredito que não consegui nem um nem outro, mas é melhor ele ir ocupar um lugarzinho entre os outros do que ficar aqui escondido, intocável. Geralmente é assim, vem uma fase de maior intensidade na escrita, depois isso passa, dando lugar a textos monótonos e/ou repetitivos, após outra fase vem... e assim vai... ainda bem que meus poucos, mas queridos leitores, são pacientes e sempre aparecem.
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É isso.