Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

terça-feira, 1 de março de 2011

UM ELOGIO À VITÓRIA DISSIMULADA

Deparei-me com uma frase que me fez pensar. Ela diz: “O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica”. O autor desta frase é Norman Vincent, um escritor americano que pregava o positivismo, talvez pelo fato de também tiver sido pastor, daqueles que conduziam multidões em suas aparições. Quanta verdade existe nesta pequena frase, quanta filosofia de vida, quantas pessoas!

O que você, caro amigo, já fez, ainda que estivesse passando por cima de seus princípios éticos, em prol de um elogio, de uma promoção, de um reconhecimento? Talvez nem tantas coisas assim, mas por algum momento de nossas vidas, quem sabe apenas um momento, nos vislumbramos com o status, com o poder mais, e deixamos de lado coisas simples que sempre nos nortearam, que sempre cercearam atitudes ruins, daquelas que perturbam quando repousamos a cabeça nos travesseiros.

A pergunta sempre é: valeu realmente à pena fazer aquilo? Toda aquela pompa, aquela ostentação, a colheita dos louros da vitória, enfim, ser colocado no patamar mais alto do pódio, em troca de um ato que põe em cheque tudo aquilo que você acredita, no lugar de uma crença que perdurou por toda sua vida e que, inevitavelmente, ainda perdura?

Somos avessos à críticas, ainda que se ouça por aí discursos que destoam disso (apesar de considerá-los que soam um tanto falso), não gostamos de ser contrariados, rechaçados. A crítica, ainda que feita de maneira suave, com o intuito de engrandecer, sempre atinge de uma maneira dura. Quando fazemos algo com vontade, empenho, e ainda assim esta ação vira alvo de críticas, o sentimento é de derrota, de desânimo. Não deveria.

O remédio para lutar contra tudo isso vem de dentro, vem das atitudes. Que tal fazer as coisas porque realmente acredita nelas, porque elas andam alinhadas com seus princípios, com suas verdades? Que tal pensar que em troca de um evasivo elogio vem um sentimento de gratidão, ainda que este não seja claramente exteriorizado? Que tal pensar que sua atitude realmente fez bem a outra pessoa, ainda que tenha passada despercebida por quem você quisesse que a notasse?

Procure dar valor às críticas, tente enxergar a verdade nelas. Em alguns casos somos criticados sem propósito, quer seja por inveja, quer seja por rancor. Em outros, são críticas infundadas, apenas para desmerecer um trabalho feito. Mas em outros tantos, elas aparecem para nos alertar, mostrar que algo não vai bem, que talvez aquilo que enxergamos está sob a perturbadora nuvem da certeza absoluta que insiste em ficar entre nossos olhos e a ação almejada. É aí que entra a importância das críticas, de tentarmos nos colocar a certa distância, para aí sim obter clareza e a convicção de que optamos pelo caminho certo, o caminho do bem.

É isso.