Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

terça-feira, 1 de maio de 2012

PALAVRÕES




Dia desses estava navegando por uma rede social, quando vi um usuário falando aquela palavra de duas letras, que muita gente ainda coloca acento e que remete a um órgão do nosso corpo. Enfim, não vou reproduzi-la, muita gente ainda se choca com as tais palavras de baixo calão, os xingamentos. Muitas vezes perde-se o foco de boas discussões por causa do uso dessas palavras, o que é, no mínimo, uma falta de bom senso, visto que são apenas palavras, apenas a expressão de uma raiva que não se pode conter e que nunca deveriam desviar a ideia central de um embate apenas por serem de uso mais restrito, se é que podemos chamar assim.

Não acho que essas palavras devam ser banidas dos debates, nem mesmo das conversas do dia a dia. Não deveria ser chocante falar o que vem à mente. A hipocrisia às vezes cansa, ser sempre politicamente correto enjoa. Que mal soltar um palavrão pode causar? Nenhum. Por que ele pode ser dito em um momento íntimo e não pode ser falado em uma conversa de bar? Não há motivos. Ou melhor, há e já disse qual: hipocrisia. Apenas isso. Essa palavrinha que não sai do comportamento de muita gente, principalmente daquelas pessoas que gostam sempre de criticar, mas que são incapazes de olhar para o próprio umbigo para analisarem seus defeitos.

Há outras palavras que deveriam incomodar muito mais, mas que passam despercebidas da maioria das pessoas. Palavras que deveriam ser alvo de indignação, de questionamentos, de banimento não do dicionário, mas do cotidiano. Quais palavras? Bom, a lista pode ficar grande, mas algumas são: foro privilegiado, impunidade, renúncia, pizza (nas CPI`s), corrupção, carga tributária, analfabetismo, fome, insegurança, desvio de recursos, “me ajuda, me ajuda” (bordão de um vereador eleito em uma cidade com mais de 600 mil habitantes), etc. Bom, já deu pra perceber que a lista é infindável, certo? Sim, pode até ser. Mas e se a gente fosse derrubando palavra por palavra, quantas coisas não ficariam melhores, não é?

Fato é, caro amigo, que acontece que em muitos casos o foco é mudado, propositalmente ou não, para conveniência de determinada pessoa. Uma bolinha de papel atirada na cabeça de alguém vira notícia no cenário nacional em plena campanha presidencial, deixando de lado questões relevantes sobre programas de governo. Uma palavra mal dita vira alvo de interpretações diversas, com foco na mais negativa possível, visando sempre prejudicar quem disse, ainda que não tenha dito com aquela intenção.

Enquanto o foco fica nas palavras, sobretudo naquelas mais ásperas, mais “vulgares”, a água do cachoeira corre solta, o mensalão fica esquecido, o pobre morre na fila do hospital e o menino não aprende nada com a escola caindo aos pedaços. Palavras, palavras... o palavrão tendo mais relevância do que uma palavrinha, conhecida como atitude!

É isso.