Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

SAUDADE




A saudade que bate forte
É provocada pela sorte
De extinguir o que veio errado
Da opção por aquele lado
Que nem sempre é meu norte

A saudade que faz sentir
É causada por omitir
Ela é cria do cerrado
E tão triste quanto fado
Mas já teve que ir

A saudade, ah saudade
Não faça assim, que assim arde
Bata menos, te imploro
E se por ela ainda choro
É que ela ainda invade


"A felicidade"

domingo, 22 de fevereiro de 2015

HOJE SIM



Hoje quero te ver nua
Hoje a gente sua
Hoje é sem frescura
Na cama, no carro, na rua

Chegando lá é sem mistério
Deixe de lado o clima sério
As posições a seu critério 
Seja a rainha desse império

Satisfaça-se, se lambuze
E peça que abuse
Me domine, me use
Possua, não recuse

Façamos de forma lenta
Ou do jeito que orienta
Vem da forma que aguenta
Que adoro quando senta

"Quem não quer sou eu" - Seu Jorge

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

DO ÓBVIO AO INACESSÍVEL



Se me taxas insensível
Não conheces a razão
Se tentas crer no que parece crível
É porque perdeu o parco chão

É óbvio que não é
É límpido que tento ser
O que devas merecer
Ou o que busco crer
Embora não vá transparecer

Se estive inacessível
Entenda, é o processo
É a vida, é destino, como chame
E não é nada incrível
Que há muito te impeço 


"Tive razão" - Seu Jorge




















segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

SENTIDOS



Te vejo
Profundamente, insistentemente,
Ainda que não esteja aqui,
Ainda que turva pelo tempo
Imagem que não se altera
Formas que não se esvaem

Te cheiro
E não há perfume que supere
A mudança que causou
Vem no vento, ilusão
Cheiro de chuva, cheiro de amor
Perfume quente, de tesão

Te sinto
E não há como não sentir
O toque, a pele, arrepio
No corpo todo, ainda frio
Que ferve quando se encosta
E não desgruda, só se enrosca

Te ouço
Mesmo quando silencia
A todo tempo
noite e dia é sentido
Fala suave, de sussurro
Olhos nos olhos
Ao pé do ouvido

Saboreio
O gosto do beijo
o gosto da boca
do corpo todo,
deixando louca
Faça da língua
a sua roupa

"Por incrível que pareça" - Marquinhos Sathan & Alcione

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

DESNUDE



Nos desentendemos
E daí, o que importa?
Se a briga é torta
Se daqui pra ali a gente volta
Sorria, se entregue, não fique assim

Nos desencontramos
E daí, o que importa?
Se depois quem bate à porta
É o mesmo de ideia morta
Releve, se toca e venha pra mim

Se mostre, desnude, mude
Que te ver nua é minha poesia
É vontade em demasia
Encontro de pele, na lua, segura
E sinta, por dentro, a mistura 
De mim, você, magia 


                                                     Antonio Carlos & Jocafi - Você Abusou


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

CHUVA



Chove, por ora
Ele, por dentro, lembra e chora
Chove, não passa
E ele, em tempos
repassa
tristeza, desilusões
Chuva, se vá
Regue o que não há
Floresça, inunde, transborde
Mas deixe seco
a face encharcada,
o vazio de nada e
a estrada esburacada
que ele persiste trilhar 


Zeca Baleiro, show "Líricas"

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

MAIO



É que em maio você chega
Mundo novo, coisas novas
Mundo velho, boas novas
Mundo inteiro, de entrega
E é em maio que você chega

Maio, mês da espera
Da mudança, do amor
Do embalo, do calor
Da sua forma, esplendor
De você, que és minha flor

Em maio é você
Em maio, pra você
Que ainda sem aparecer
É esperada e faz crer
Que o amor pode vencer