Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

terça-feira, 28 de junho de 2016

MAROCAR



De costas pra mim
Fingindo não ver
Por dentro se morde
Tentando entender

Que o tempo retorne
Pra gente sanar
Ou passe ligeiro
Para reencontrar

Pode marocar
Pode aguardar
Que o tanto que vale a pena
É difícil mensurar


A Serpente - Zeca Baleiro


terça-feira, 21 de junho de 2016

DELAÇÕES



Alguém ouviu seus relatos
Dizendo frases sem razão
Destoando todos os fatos
Transformando nada em sermão

Tudo posto, delate
Mas não espere premiada
Porque você será a piada
E nada haverá de embate

Não haverá perdão da pena
Nesse esboço de delação
Pode balançar a relação
Tornando-a a bizarra da cena

Parabéns, está lá
O seu prêmio de mãos vazias
Que gera no máximo poesias
Que quer te ver longe de onde ele vá



Marília Mendonça - Infiel





sábado, 11 de junho de 2016

ALIJADO




Seccionado dos processos
Vira e mexe retrocessos
Alijado das decisões
Enjoado dos nãos

É assim que funciona
Ou goste ou aceite
Que a vida é de meu deleite
Que aqui você não direciona

Mas será? Talvez não
Querer ser dono da razão
É abrir portas para possibilidades
De conhecer outras realidades
E de dar um basta na situação

Ou se segue num fingimento
Para testar até onde aguento
E pode apostar que não é demais
Em virtude de um tanto faz
Dar um basta nesse lamento

Entendo que alguém vai sofrer
Mas não há muito o que fazer
É tentar marcar presença
Mostrar a diferença
Apesar da ausência doer


João Neto e Frederico - Vício part. Jads e Jadson

quinta-feira, 9 de junho de 2016

FAZ TEMPO



Fazia tempo que não via nada
Levando uma vida sossegada
Algo conspirou para te ver
Qualquer coisa que goste de me ver sofrer

Engula, aceite, entenda
É o que diz a voz oculta
Discordo, se foda, se renda
Infantilidade na fase adulta

E segue a vida sem dó
Sei lá, ame
Nem eu, nem si, dane
Num escuro sem um sol


Engenheiros Do Hawaii - Numeros

sexta-feira, 3 de junho de 2016

VEM



Começa com um texto em branco
Às vezes sai de solavanco
Que nem a vontade de ir
O desejo de te sentir

As palavras vão aparecendo,
O desejo então crescendo
O intuito de fugir
A vontade de imergir
Em tudo que vai aparecendo

That’s ok, talvez não
No doce veneno do escorpião
É impossível ter razão
É inviável viver em vão

Assim sendo, aguarde
Que é assim, sem alarde
Sendo assim, prepara
Que quando der, embala


Soweto - Não foi à toa